Embora a tecnologia esteja presente na maioria das atividades que desempenhamos, há quem ainda não compreenda ou questione a usabilidade de certas ferramentas. Pode-se citar como exemplo algumas facilidades - computador, internet, celular - que, hoje são considerados essenciais para todos, mas demoraram algum tempo para serem aceitos e/ou realmente absorvidos pela sociedade.
Quando se fala de Inteligência Artificial (AI), surgem inúmeras dúvidas e, mais que isso, uma indagação genuína "eu preciso disso?" Isso porque o conceito de AI foi propagado como algo muito distante, ou de usabilidade destinada a especialistas ou técnicos de informação.
A AI tem sido explorada em quase todas as áreas com o intuito de aprimorar experiências, otimizar resultados e, principalmente, ser um apoio para o humano por trás da máquina. Para fins pessoais e profissionais, a AI tem sido uma poderosa aliada para que a transformação digital seja uma realidade e, neste sentido, o Setor Jurídico não fica atrás.
A Inteligência Artificial chega à prática do Direito de maneira assertiva e este artigo vai discorrer sobre este assunto. Mas antes, que tal compreender como essa ferramenta está presente no cotidiano?
O fato de você ler este texto em uma tela - seja de computador, tablet ou smartphone - já é uma resposta da aplicação da AI no seu cotidiano. Pois boa parte das ações nesse processo foram automatizadas.
Por exemplo, seu teclado já corrigiu uma palavra que você utilizou no buscador ou em um texto? Essa correção foi realizada pela AI. Quando você começa a digitar um endereço e o mesmo é completado automaticamente, isso é resultado da inteligência artificial. Suas preferências nas redes sociais e/ou nas plataformas de streaming são baseadas em um algoritmo, que é uma aplicação de AI que utiliza o que você comumente é atraído, sugestões baseadas nas suas buscas e gostos.
Além desses exemplos, estão cada vez mais comuns nas casas e escritórios as assistentes virtuais - Siri e Alexa (as mais populares) - que desempenham atividades simples a partir de comandos como "acenda a luz, toque tal música, tranque a porta". São ações cotidianas, mas que são realizadas várias vezes ao dia e que, sem o uso da AI seriam realizadas manualmente.
Também, utilizados por todos, os automóveis também estão cada vez mais "inteligentes", e o que falar das ligações e/ou conversas realizadas por robôs? São aplicações de inteligência artificial que estão presentes nas áreas de cobranças, vendas e até mesmo de atendimento ao consumidor.
À medida que a tecnologia continua a evoluir, é provável que vejamos ainda mais aplicações surgindo no futuro. Nesse contexto, fica claro como essa ferramenta vem transformando a vida de todo mundo e seria (quase) impossível o Setor Jurídico não ser afetado pela Inteligência Artificial.
O primeiro passo é identificar em que áreas a Inteligência Artificial pode ser útil e em seguida, encontrar a tecnologia e os recursos necessários para implementá-la. Isso pode envolver a aquisição de ferramentas e softwares de AI, ou a parceria com empresas especializadas em AI - que no Setor Jurídico são identificadas como Legal Techs ou Law Techs.
É importante também ter um plano claro para implementação da AI e monitorar os resultados para garantir que ela está sendo usada de maneira eficaz. Ou seja, não basta aplicar à prática jurídica, é preciso que os advogados, como os profissionais responsáveis, acompanhem de perto as soluções e respostas que estão buscando.
Assim, a resposta para o porquê advogados e escritórios de advocacia deveriam utilizar Inteligência Artificial na prática jurídica pode ser divida em quatro principais aplicações:Algumas das principais razões pelas quais a IA é usada no setor jurídico são:
A principal solução que a Inteligência Artificial traz ao advogado é a mesma que pode ser utilizada por todo e qualquer profissional: automatização. E talvez essa seja a melhor maneira de utilizar essa ferramenta tecnológica a favor.
No Direito, a AI pode ser usada para automatizar processos jurídicos repetitivos, como a revisão de documentos e a criação de relatórios, permitindo que os advogados se concentrem em tarefas de maior valor agregado. Por exemplo, os especialistas em Direito Digital estarão muito bem apoiados com o uso e conhecimento mais aprofundado da Inteligência Artificial.
No recente texto publicado no Blog Deep Legal "ChatGPT: Por Que o Setor Jurídico Deve Olhar Para Essa Ferramenta?" exploramos algumas questões ligadas ao impacto que o ChatGPT pode ter sobre o setor. Lembrando que a ferramenta inovadora é um reflexo da evolução da Inteligência Artificial.
Em suma, o advogado que está atento às tendências não se surpreenderá nem será avesso à chegada de novas aplicações da AI ao Jurídico. O mesmo serve para gestores de grandes escritórios e companhias que contam com um setor dedicado às atividades jurídicas.
Usar as tecnologias a seu favor não é apenas tirar proveito delas e sim escolher como essas novidades podem servir de apoio, como verdadeiras aliadas no dia a dia profissional e também pessoal.