A tecnologia dita a transformação e o uso de ferramentas tecnológicas é cada vez mais comum em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, permitindo uma maior eficiência na gestão de processos e um melhor atendimento aos clientes. Nesse contexto, o metaverso surge como uma nova fronteira a ser explorada pelo mercado jurídico.
Tido como a realidade do futuro, o metaverso é tema constante em webinars, fóruns e cursos de todas as áreas. E, embora seu conceito ainda esteja em desenvolvimento, há muitas razões pelas quais um advogado queira ou deva estar presente nesse ambiente virtual.
A seguir, exploraremos as oportunidades que o uso do metaverso pode trazer para a prática da advocacia, as possibilidades de inovação nos serviços jurídicos e as questões éticas e regulatórias que devem ser consideradas ao adentrar esse novo ambiente virtual.
Em um primeiro momento, plataformas imersivas impactam diretamente no atendimento, mas, acompanhando os movimentos que a transformação digital tem tomado, fica claro que a atuação “neste novo universo” vai para além de contatos virtuais.
Para os advogados - e aqui, incluem-se os grandes escritórios e departamentos jurídicos de empresas - esse ambiente virtual compartilhado oferece diversas possibilidades de se conectarem, fornece serviços inovadores e acesso às informações e recursos relevantes de forma mais eficiente.
No entanto, a decisão de se estabelecer no metaverso deve vir seguida da compreensão de que, embora seja um ambiente virtual, o que pode confundir os profissionais ao levantarem questões práticas e regulamentares, deve-se considerar todas as diretrizes estabelecidas pela OAB para utilizar a plataforma. Aqui, no blog da Deep Legal, desenvolvemos um pouco sobre essa questão no texto “Metaverso e o Direito no Brasil - Transformação em percurso”.
Uma das razões para adentrar no metaverso é oferecer uma maneira mais eficaz e acessível para os advogados estarem em contato com seus clientes. Os benefícios, nesse sentido podem ser muitos, além da disponibilidade on-line:
Outro motivo que vale ser levado em consideração é que o metaverso pode trazer novas oportunidades de negócios para os profissionais do Direito. Isso porque o ecossistema está cada vez mais engajado e, fomentado por essas tecnologias, promove a criação de serviços e produtos jurídicos inovadores e exclusivos, que atraem novos clientes e aumentam a receita do Jurídico. E, mais que estar no ambiente virtual para advogar, o contato virtual com colegas, parceiros e profissionais da área, incentiva a troca e até mesmo a solução de problemas de forma conjunta.
A partir do metaverso e suas infinitas possibilidades, os advogados podem comparar informações, utilizar ferramentas e, por exemplo, criar no ambiente virtual uma biblioteca digital de recursos jurídicos - permitindo a verificação rápida de dados relevantes para seus casos.
Da mesma forma que, no início dos anos 2000, com a Web 2.0, profissionais ainda não entendiam porque ter um site; a popularização do metaverso é um dos principais reflexos do que alguns apontam como a chegada da Web 3.0 - a era da propriedade. E, por esse viés, compreende-se o porquê, apesar da empolgação com novas tecnologias, ainda não se tenha a certeza da relevância em estar presente no ambiente virtual.
Entretanto, cada vez mais os clientes (e público-alvo em potencial) estão atentos aos movimentos que empresas adotam e a maneira como se posicionam diante de questões como a transformação digital, práticas sociais e engajamento ambiental.
A partir disso, os profissionais de Direito que percebem a tendência de somar aos seus conhecimentos o uso da tecnologia já se não perguntam “por que entrar no metaverso” e sim “quando”.
Em entrevista para o Portal Migalhas, durante a Fenalaw 2022, José Ricardo Martins da Peixoto & Cury Advogados comentou a transformação que o metaverso traz para ao mercado jurídico: “os nossos clientes estarão no metaverso se nós não estivermos lá para entender também quais os problemas que virão das atividades deles, nós vamos continuar nos mantendo como conselheiros relevantes. Então, é importante estar no metaverso pra poder se manter relevante (...) aqueles que estiverem experimentando e vivenciando é o que estarão mais preparados para encontrar o Direito correto para endereçar essas questões”.
É um privilégio ter acesso ao que está por vir e, nesse sentido, o metaverso como conhecemos hoje, é um prenúncio ou ainda uma previsão de como será o mercado no futuro. Olhar agora para essa inovação, planejar de maneira estratégica como estar presente e - principalmente - como atuar com ela trará benefícios a longo prazo para todos os setores.
Portanto, torna-se fundamental que o mercado jurídico esteja disposto a enxergar o metaverso como um aliado, se adaptando às mudanças e investindo em tecnologia para atender às demandas do futuro. O metaverso é apenas uma das muitas inovações tecnológicas que estão por vir, e cabe ao advogado estar preparado para aproveitar as oportunidades que surgirão ao longo do caminho.