A transformação digital que se verificou na última década modificou a forma como os negócios são realizados, desenvolvendo novas formas de criar e implementar estratégias dentro das organizações.
Com o surgimento de novas tecnologias e serviços, há todo um mundo novo a acontecer na gestão moderna das empresas. Por um lado, uma otimização dos processos como nunca antes visto e, por outro, as organizações depararam-se com outro desafio, o que fazer ao enorme volume de informação que é gerado e recolhido?
A informação no seu todo que dá, entretanto, origem aos chamados dados, representa atualmente o maior ativo de uma empresa. De facto, nunca se geraram tantos dados como agora, pois a informação está em todo lado, a todo o instante e nas mais variadas formas. De acordo com a IDC, o volume de dados gerados, em todo o mundo, duplica de tamanho a cada dois anos e é expectável que em 2025 o universo digital cresça até 163 zetabytes (ZB). Este volume é quase dez vezes superior ao 16,2 ZB de dados gerados em 2016.
No entanto, e nesta fase ainda prematura de análise a uma nova realidade, estima-se que apenas 20% do volume total dessa informação se encontre estruturada e consolidada para que possa servir de input ao core business da organização. Neste sentido, as empresas que conseguirem aliar a tecnologia aos processos, para personalizar os seus produtos/serviços, estarão um passo à frente da sua concorrência.
Hoje em dia, as organizações que têm os meios tecnológicos que permitem o acesso a dados importantes, que lhes fornecem informações essenciais sobre o desempenho da organização ou até mesmo sobre o perfil dos consumidores, tornam-se organizações mais competitivas e com elevados níveis de performance.
O aumento dos dados provocado pelos dispositivos móveis e pelo facto de estarmos constantemente ligados à rede gera um volume gigantesco de informações. Mas isso, só acrescenta valor à organização se essa informação for armazenada, analisada e visualizada. E este sim, é um grande desafio que as organizações enfrentam, porque não basta captar dados, é essencial que se reflita e tome decisões a partir destes.
Ao contrário do que acontecia há uns anos, em que os dados apenas eram analisados por pessoas, hoje o processo analítico é muito ágil e extremamente rápido. Esta mudança veio permitir uma gestão integrada com base em informação em tempo real, um apoio à tomada de decisão tendo por base um diagnóstico da empresa, e encontrar as soluções mais adequadas para responder aos constantes desafios. Neste contexto, as ferramentas de Business Analytics e Big Data tornaram-se um elemento fundamental de apoio ao negócio e com impacto direto nos seus resultados.
De forma simples, são estas tecnologias que nos darão acesso a esses dados de um modo muito mais rápido, com visualizações user-friendly e de fácil interpretação, e que permitem agir de forma rápida. Estas ferramentas permitem perceber melhor aquilo que as rodeia, explorar oportunidades e, até, criar novos negócios, ganhando vantagens competitivas ao fazer uma análise mais detalhada dos seus dados.
Segundo a IDC, em 2025, as empresas ultrapassarão os utilizadores particulares enquanto principais produtores de dados, sendo que os negócios vão gerar 60% dos dados mundiais. Podemos assim dizer que a década centrada em torno da conversão de dados analógicos em digitais está a ser substituída por uma nova era, centrada no valor dos dados e em criar, utilizar e gerir dados life critic necessários para o bom funcionamento do dia a dia de consumidores, governos e negócios.
Para um gestor estas são ferramentas essenciais, porque um gestor informado é um gestor que consegue tomar a decisão mais objetiva e relevante para o seu negócio.
Escrito por: José Oliveira, CEO da BI4ALL
Fonte: Jornal Econômico