Como utilizar os dados a favor da gestão do departamento jurídico de uma empresa? Como fazer com que o escritório de advocacia esteja preparado para contar com a tecnologia na utilização de informações reais em sua rotina? Essas são algumas das perguntas que norteiam os profissionais do Direito na adaptação à era digital. Assim, a cultura data driven surge como resposta natural e ganha espaço também no segmento jurídico.
Basicamente, a cultura data driven consiste em colocar a análise de dados na base das decisões. Nesta nova realidade, as empresas passam a organizar seus processos e métricas com base em elementos reais, fundamentando rumos e escolhas sempre a partir de análise de informações.
Desta forma, é possível evitar as deliberações embasadas apenas em intuição, instinto, experiências anteriores, achismos ou heurísticas. Além disso, essas informações não são úteis apenas para que as empresas entendam os seus clientes. Elas também trazem maior eficiência jurídica e passam a ser aliadas na resolução de problemas já existentes e, inclusive, na criação de novos produtos ou ações.
Inclusive, a cultura data driven já é uma realidade em organizações dos mais diversos ramos de atividade. Os grandes serviços de streaming são importantes cases de sucesso para ilustrar seu uso. No Spotify, por exemplo, cada escolha do usuário é analisada e armazenada. A plataforma se especializou na coleta e na compilação dessas informações, permitindo futuras sugestões assertivas.
Outro grande destaque de sucesso nesta nova cultura é a Netflix. O serviço de streaming de filmes e séries também capta cada passo do usuário. Mas, além de oferecer outros conteúdos condizentes com o perfil do cliente, esses elementos são utilizados até para a produção de novos conteúdos. Foi o que aconteceu com a série “Stranger Things”, criada a partir da análise do interesse dos usuários. Algo similar aconteceu com a Marvel, que criou o filme “Vingadores: Ultimato”, que bateu recordes de bilheteria, após análise de preferências dos fãs da franquia.
Voltando ao segmento jurídico, a cultura data driven pode ser uma importante aliada do advogado 4.0, de departamentos especializados e escritórios de advocacia. Para isso, é importante uma série de ações. A primeira, apesar de óbvia, é essencial: uma mudança de mindset, aceitando a relevância da análise de dados e da tecnologia para o sucesso do negócio.
Após esse reconhecimento, o passo seguinte é identificar e estruturar as informações que já estão disponíveis e quais delas podem ser adicionadas a essa rotina. Nesta etapa, os próprios tribunais podem ser auxiliares, já que disponibilizam com frequência um grande volume de dados sobre os casos julgados.
Essas informações, então, precisam contar com uma organização e análise detalhadas através de soluções de Legal Analytics ou Jurimetria, em conjunto com a inteligência artificial. A partir daí, as decisões poderão ser orientadas pelos dados.
Isso tudo pode ser feito com o uso de uma ferramenta como a Deep Legal, criada com a finalidade de realizar a previsão de resultados com base na cultura data driven. Primeiramente, o software é alimentado com os dados de juízes, comarcas, pedidos e decisões destes juízes nas comarcas.
Depois, com essa logística já estabelecida, passa a ser possível escolher como monitorar e analisar ações — de acordo com cada negócio — e determinar as melhores práticas para monitorar e aproveitar essas informações. Como resultado, a gestão do departamento jurídico tem sua eficiência e precisão aumentadas consideravelmente, chegando a 85%. Logo, a gestão jurídica dos processos se torna mais célere e eficaz, com redução de custos.