A transformação digital vivenciada nos últimos anos com o advento de novas tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Big Data, Machine Learning e, mais recentemente a IA Generativa, trouxe uma série de mudanças na rotina produtiva, atingindo de forma indiscriminada profissionais de diferentes áreas.
E é claro que na era da informação, os advogados não passaram incólumes por tudo isso. Termos como Legal Operations, Legal Design, Visual Law e Legal Analytics, por exemplo, passaram a fazer parte do dia a dia dos profissionais em todo o mundo, inclusive aqui no Brasil.
Mas é preciso entender que a transformação digital vai muito além de simplesmente adotar essas soluções de tecnologia e incorporá-las ao processo produtivo dos escritórios e departamentos jurídicos.
A inovação no Direito requer uma nova mentalidade dos operadores jurídicos, que precisam pensar de forma analítica na resolução dos problemas e identificar novas oportunidades de negócios que a advocacia digital nos traz.
E, segundo um estudo realizado em 2023 pelo Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vagas (CEPI/FGV Direito SP), muitos profissionais já se atentaram para a necessidade de acompanhar essa revolução tecnológica, seja para atender as necessidades dos clientes, seja para otimizar seus processos internos.
A pesquisa da FGV, feita com 400 bancas de advocacia (de diferentes portes e regiões) resultou no relatório “Formando a Advocacia do Presente e do Futuro – habilidades de Pesquisa e Atuação” e aponta que é cada vez maior o espaço que as novas tecnologias ocupam nos escritórios de advocacia brasileiros.
Das bancas que investiram em novas áreas nos últimos cinco anos, em 30% os novos departamentos foram criados para inovar na prestação de serviços jurídicos e em 29% dos casos para melhorar a estrutura tecnológica.
Entre as principais áreas de atuação ou funções criadas estão a proteção de dados, para atender a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que responde por 39%, seguida do marketing (35%), áreas de negociação, mediação e conciliação (26%), gestão do conhecimento (26%) e gestão da inovação (23%).
No gráfico abaixo, extraído do estudo, chama a atenção o espaço que as novas tecnologias passaram a ocupar nos escritórios, fomentando a criação de departamentos específicos ligados à gestão de dados, como Análise de Dados e Programação (20%), Legal Design (20%) e Legal Operations (18%).
Como se percebe, é cada vez maior o número de bancas que investem em novas tecnologias e este movimento abre um leque enorme de possibilidades para os profissionais do Direito 4.0.
Vale lembrar que o Brasil tem um dos maiores e mais complexos sistemas jurídicos do mundo, com mais de 1,3 milhão de advogados na ativa, segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ou seja, são muitas as oportunidades que essa onda disruptiva traz para os profissionais do Direito e muitas dessas funções já estão sendo otimizadas com o auxílio da tecnologia.
Veja alguns exemplos:
São muitas as profissões emergentes dentro do Direito 4.0 que a adoção das ferramentas tecnológicas promove no dia a dia dos escritórios e departamentos jurídicos.
As novas tecnologias estão transformando a forma como os operadores jurídicos atuam em todo o mundo e, aqui no Brasil, é cada vez maior o espaço destinado à inovação dentro da advocacia.
As oportunidades de negócios nesta nova era requerem preparo técnico e teórico dos profissionais, que podem e devem se especializar para atender às demandas da advocacia do futuro.