Por Isabella Borrelli | Startse
Quem conhece um pouco judiciário brasileiro já está familiarizado com alguns problemas como excesso de processos, burocracia, lentidão e gastos de milhões de reais. Mas e se fosse possível a partir de dados economizar montantes consideráveis de dinheiro, tomar melhores decisões, além de agilizar e melhorar o atendimento ao cliente como um todo?
A Deep Legal, mais nova lawtech brasileira, aposta na inteligência artificial e na combinação de diversos algoritmos para tornar isso uma realidade. Os engenheiros Raul Figueiredo e Ricardo Rezende, as advogadas Vanessa Louzada e Rosely Cruz e a publicitária Isabela Ventura, à frente do projeto, contaram em detalhes sobre as disrupções trazidas pela ferramenta.
O objetivo principal da lawtech é contribuir com o sistema judiciário não só em sua eficiência nas análises e condução de carteiras de ações como também em reduzir contingência e ter melhores estratégias nas tomadas de decisão. “Nós acreditamos que ofertando ao mercado uma forma consistente e detalhada de medição do trabalho, os advogados poderão deixar de fazer um trabalho manual e passarão a focar em tarefas mais estratégicas e intelectuais, tendo mais tempo para contato com os seus clientes”, afirma Rosely.
Para fazer isso, a Deep Legal oferece três produtos: Monitor, Compare e Predict.
Monitor: o Business Intelligence turbinado
Essa primeira ferramenta funciona como uma jurimetria automática da carteira de processos do Cliente, coletando e medindo dados de entrada e saída de processos, produzindo inúmeros indicadores de eficiência em torno de juízes, advogados e partes, elaborando relatórios interativos que ficam à mostra no dashboard.
“Nós apresentamos uma diversidade de combinações em legal analytics. Para o Monitor, na versão de lançamento, trazemos ao menos 80 tipos de combinações de indicadores diferentes, separados em treze grupos. Somado a isso, é possível a aplicação de diversos filtros para oferecer ao profissional do Direito uma ferramenta precisa na análise de sua carteira de ações”, afirma, Vanessa.
A tecnologia emprega tanto KPIs costumeiramente usados em departamentos jurídicos de empresas, quanto de escritórios de advocacia e dados do CNJ, prometendo mensurar o judiciário como um todo.
Compare: o ranking de empresas, juízes e advogados
Já o segundo produto possibilita a comparação direta de performance tanto de advogados, juízes como também de empresas e escritórios. Por exemplo: se uma empresa de telefonia está na frente de outra por ganhar ou perder mais processos, por fazer mais ou menos acordos e comarcas onde o cliente tem uma performance inferior ou superior aos seus pares no mercado
Isabela Ventura deixa claro: as vantagens não são somente para os profissionais do ramo jurídico, mas também para seus clientes: “É possível medir atores do judiciário, conseguir compará-los e entender como está posicionado o mercado e cada uma das empresas. Podemos ver efeitos de estratégias e como decisões afetam a evolução da carteira”.
As advogadas Vanessa e Rosely acreditam que essa solução pode melhorar a transparência, concorrência e o atendimento, fazendo os profissionais repensarem o próprio trabalho, buscando se aperfeiçoarem e fazendo as próprias empresas entenderem melhor os seus produtos e serviços.
Predict: a bola de cristal do Direito
De cara, os fundadores deixam claro: o Predict é a cereja no bolo da Deep Legal. A ferramenta traz a inteligência artificial aplicada ao Direito. Em outras palavras, é possível prever resultados futuros de um processo, por exemplo.
“A gente consegue predizer efetivamente qual a expectativa de julgamento de um processo ao longo do tempo. O histórico da empresa e do mercado contém informações e nosso algoritmo especialmente desenvolvido consegue processar essas informações de modo contínuo, dando uma previsão estatística do resultado do processo”, afirma Raul Figueiredo.
Como resultado, nossa assertividade sob condições ideais é muito alta, chegando até em 80%, completa Ricardo Rezende: “O volume de processos nos ajuda: quanto mais processos, mais aprendemos, e melhor podemos ajudar o Cliente na tomada de decisão”.
Como consequência, será possível propor acordos antes mesmo da empresa efetivamente perder uma quantia considerável de dinheiro. Mas não é só: “Se a empresa ainda assim insistir e não quiser fazer o acordo, porque acha que o negócio é estratégico, dá para saber a probabilidade do processo ir para o Tribunal de Justiça e, em breve, também a previsibilidade do TJ reverter esse assunto”, explicam Raul e Vanessa.
Fonte: https://www.startse.com/noticia/startups/lawtech/49400/deep-legal-lawtech-conference