As soluções que usam a análise de dados do Big Data têm sido adotadas por várias áreas de conhecimento, sobretudo pela facilidade que trazem para a filtragem, organização e apresentação de informações. Em síntese, essa tecnologia capta tudo que está disponível no mundo online, construindo um grande banco de dados — como já explicamos aqui. Para o setor jurídico, isso significa a concentração de inúmeras informações processuais, em qualquer área e grau de jurisdição.
Hoje em dia, qualquer organização precisa analisar dados antes de tomar decisões. Uma pesquisa realizada pela consultoria global de negócios Bain & Company mostrou que:
O Big Data, então, surge como um facilitador para o dia a dia dos profissionais do Direito. Alguns órgãos públicos, por exemplo, já usam essa solução para organizar e automatizar informações processuais. Do mesmo modo, escritórios e departamentos jurídicos também são beneficiados com essa tecnologia. A seguir, listamos alguns motivos para adotar o Big Data na área jurídica.
Enquanto o processamento de dados realizado por humanos pode demorar horas e comprometer a rotina e a produtividade do departamento jurídico, os computadores conseguem fazer o mesmo trabalho em questão de minutos. Afinal, a Inteligência Artificial (IA) é capaz de ler textos e dados oriundos do Big Data com velocidade inquestionavelmente superior.
Desse modo, a tecnologia pode substituir as tarefas mais simples, repetitivas e burocráticas do dia a dia do advogado. Ademais, com todos os dados disponíveis no Big Data, o profissional tem mais tempo para analisar o contexto dos processos e criar uma estratégia de ação.
As informações coletadas pelo Big Data e traduzidas por um software específico contribuem na percepção sobre como proceder em uma demanda, permitindo melhor análise de processos, do comportamento de juízes, de tribunais e de outros advogados. Neste sentido, a solução da Deep Legal, por exemplo, consegue indicar com 85% de acerto se uma decisão será dada de modo favorável ou contrária à necessidade do cliente.
Vamos supor que a empresa deseja saber se vale a pena investir na segunda instância ou aceitar um acordo. Ao fazer uma análise manual, o departamento jurídico poderia levar um bom tempo para levantar informações sobre casos semelhantes para chegar a esse tipo de resposta. Porém, com a tecnologia de Big Data, é possível criar um banco de ideias em poucos minutos. Então, através da jurimetria, os dados indicam a probabilidade de um processo ter ganho de causa para o requerente ou para o requerido. Da mesma forma, apontam quais são as melhores teses aceitas pelos magistrados e quais as chances para realização de um acordo.
À medida que advogados e magistrados podem acessar livremente as informações de processos anteriores, é possível utilizar esses dados como um grande cérebro jurídico. Dessa forma, extraindo informações relevantes com muito mais agilidade e aprimorando, com IA, a inteligência natural dos profissionais do meio jurídico.
De acordo com o relatório Justiça em Números, divulgado em 2020 pelo Conselho Nacional de Justiça, houve um significativo aumento da produtividade dos profissionais de Direito. De acordo com a pesquisa, cada magistrado brasileiro baixou, em média, 2.107 processos em 2019. Entre os servidores, o índice de produtividade aumentou 14,1% com relação a 2018. E, segundo o CNJ, isso se deu pelo avanço da informatização no judiciário.
Adotar um modelo tecnológico no setor jurídico pode ser desafiador, mas é fundamental. Para entender como é possível implementar uma cultura data driven na gestão jurídica, leia o artigo sobre os primeiros passos sobre cultura data driven.